Na manhã desta quarta-feira 06/05, ao fazer resumidamente, a apresentação de seu relatório em que denuncia quatro desembargadores e três juízes do Tribunal de Justiça da Bahia por participação num suposto esquema de grilagem de terras no Oeste por meio de vendas de sentenças, a procuradora da República Lindora Araújo disse que o mais chocante no processo é que, após cinco meses da deflagração da operação Faroeste, há cinco meses, as práticas delitivas continuam na Corte baiana, com o prosseguimento de vendas de sentenças, uma das quais, segundo ela tomou conhecimento, teria sido vendida por R$ 1,2 milhão.
“O mais chocante é que os que ficaram e não foram presos continuaram vendendo sentenças”, disse a procuradora no início do julgamento, o primeiro por videoconferência realizado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os desembargadores denunciados na Faroeste são Gesivaldo Nascimento Britto, José Olegário Monção Caldas, Maria da Graça Osório Pimentel Leal e Maria do Socorro Barreto Santiago e os juízes Sérgio Humberto de Quadros Sampaio, Marivalda Almeida Moutinho e Márcio Reinaldo Miranda Braga.
Além deles e de, segundo a procuradora, um falso cônsul conhecido como Adailton Maturino, são também alvo da ação Antônio Roque do Nascimento Neves, Júlio César Cavalcanti Ferreira, Karla Janayna Leal Vieira, Márcio Duarte Miranda, Geciane Souza Maturino dos Santos (mulher de Maturino), José Valter Dias e o filho dele Joilson Gonçalves Dias.
Os desembargadores, juízes e os demais investigados são acusados de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, os magistrados vinham, desde 2013, participando de manobras e concedendo decisões favoráveis ao grupo do suposto cônsul Adailton Maturino em troca de vantagens materiais.
Um dos advogados presos ao longo da investigação já confessou a intermediação da venda de pelo menos 30 decisões judiciais nos últimos anos relacionadas a disputa pelos 366 mil hectares de terras no oeste da Bahia. Na primeira fase da operação, o relator do caso, ministro Og Fernandes, determinou o afastamento dos magistrados, que foi acatado pelo Tribunal de Justiça da Bahia.
Fonte: Política Livre
Por - Gutemberg Stolze / Imprensananet.com