
O Ministério Público Federal afirma que a diretoria do BRB (Banco de Brasília) atuou como cúmplice em um esquema de fraudes envolvendo o Banco Master, utilizando documentos falsos, empresas de fachada e contas de laranjas para encobrir aportes irregulares e lavagem de dinheiro. A acusação está em uma representação de 102 páginas enviada à Justiça Federal com pedidos de prisão, bloqueio de bens e novas diligências.
Segundo o MPF, a suposta tentativa do BRB de comprar o Banco Master não tinha o objetivo de resgatar a instituição privada, mas sim ocultar crimes graves contra o sistema financeiro nacional e contra o patrimônio público do Distrito Federal. As investigações apontam que, desde 2024, o BRB teria feito repasses ilegais ao Master com base em carteiras de crédito formadas por dados falsificados.
O Banco Central identificou fraudes grosseiras, incluindo a utilização de empresas em nome de laranjas para simular garantias — como uma atendente de padaria, com salário de R$ 1.486, registrada como sócia e responsável legal de uma empresa que supostamente lastreava operações milionárias.
A análise técnica do BC revelou incongruências nas datas de criação dessas empresas, contratos de cessão de crédito e autenticações em cartório, indicando documentação forjada para enganar a fiscalização. Mesmo após o Banco Central barrar a compra do Master e constatar que a operação de R$ 12,2 bilhões era prejudicial ao BRB, a direção do banco público teria continuado a realizar transferências ao Master.
Para o MPF, está claro que a diretoria do BRB não foi enganada, mas participou conscientemente do esquema fraudulento, mantendo repasses e deixando de exigir a devolução de valores mesmo após a descoberta das irregularidades.
O presidente afastado do BRB, Paulo Henrique Costa, que admitiu ter comprado R$ 8 bilhões em carteiras do Master em 2024, divulgou nota afirmando que não retornará ao banco, mas não comentou diretamente as acusações ou a Operação Compliance Zero.
Por - Gutemberg Stolze / Imprensananet.com