O cenário paradisíaco de uma das praias mais frequentadas da região foi palco de um assalto cinematográfico no último domingo (31), por volta das 11h30, deixando moradores e turistas em choque. A vítima, um coronel reformado do Exército de 80 anos, foi surpreendida por um grupo de seis criminosos, cinco homens e uma mulher, que agiram em plena luz do dia em frente a quiosques lotados no trecho conhecido como “Depois da Cruz”, no Cruzeiro de de Coroa Vermelha em Cabrália.
Segundo relato da família, enquanto dois assaltantes roubaram pertences do militar e de seu filho, outros quatro esvaziaram simultaneamente os pneus do carro, impossibilitando a fuga. A ação durou menos de dois minutos.
“Foi um verdadeiro pit stop criminoso", descreveu um parente do militar.
Após o ataque, o veículo teve os quatro pneus arriados e o motor acabou danificado pelo esforço excessivo, obrigando o idoso a permanecer sem condições de locomoção.
Indignação com a Polícia Militar
O caso ganhou contornos ainda mais graves após a denúncia de que uma viatura da Polícia Militar passou pelo local logo em seguida, mas os policiais sequer desceram para ouvir as vítimas ou oferecer apoio. A omissão foi classificada pela família como “uma vergonha” e aumentou o sentimento de insegurança entre comerciantes e turistas.
“Meu pai mostrou a carteira militar, mas de nada adiantou. Se nem um coronel do Exército é respeitado, imagina o cidadão comum?”, desabafou o filho.
Delegacias fechadas e sensação de abandono
Outro ponto de revolta foi a dificuldade de registrar o boletim de ocorrência. A Delegacia de Cabrália não funciona nos fins de semana e permanece fechada até terça-feira, sobrecarregando a já sucateada estrutura da Polícia Civil de Porto Seguro.
“Estamos diante de um sucateamento vergonhoso. É inadmissível que uma cidade turística, que recebe milhares de visitantes, não tenha uma delegacia funcionando aos finais de semana”, destacou um morador, reforçando que a ausência de atendimento fragiliza ainda mais o combate à criminalidade.
Decepção e exposição pública
A vítima, que deixou o Rio de Janeiro para viver em Coroa Vermelha em busca de tranquilidade, relatou que este foi o primeiro assalto que sofreu na cidade que escolheu para morar. Abalado, o coronel autorizou a divulgação de seu nome e imagem em veículos de comunicação para chamar atenção da sociedade e das autoridades.
“Pela primeira vez fui assaltado em Cabrália, lugar que tanto amo. Saí do Rio fugindo da violência e encontrei o mesmo problema aqui. Isso é uma vergonha”, declarou o militar à família, que já confirmou que irá acionar a imprensa local e regional para denunciar o caso.
Repercussão entre comerciantes e moradores
O episódio repercutiu fortemente entre comerciantes de Coroa Vermelha e Cabrália, que temem prejuízos diretos para o turismo.
“Se os turistas não se sentirem seguros, o impacto cai sobre nós, que dependemos do movimento para sobreviver”, comentou um empresário local.
Para muitos, a omissão policial e o fechamento da delegacia representam não apenas falhas administrativas, mas uma verdadeira ameaça à atividade econômica e à imagem da região como destino turístico seguro.
Conclusão
O assalto ao coronel reformado do Exército em Coroa Vermelha/Cabrália expõe a fragilidade da segurança pública na Costa do Descobrimento. A ousadia dos criminosos, somada à omissão da polícia e ao sucateamento das delegacias, levanta uma questão urgente: como garantir a proteção de moradores e visitantes em uma das regiões mais turísticas do Brasil?
Enquanto autoridades não apresentam respostas concretas, cresce a pressão da sociedade civil para que casos como esse não se tornem rotina e não marquem negativamente a imagem de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália.
Fonte: Vinícius Brandão
Por - Gutemberg Stolze / Imprensananet.com