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Por: Gutemberg Stolze
02/03/2018 - 19:31:34

 

 

 

Na manhã desta quinta-feira (01), os índios Pataxó, das comunidades locais e circunvizinhas, realizaram uma caminhada em protesto à decisão judicial da 1ª instância (Eunápolis) em que ficou deferida a derrubada do monumento, marco do descobrimento, localizado na divisa Cabrália – Porto Seguro. A ação judicial foi movida pelo IPHAN e DNIT em 2006.

 

 

Segundo o cacique e Secretário de Assuntos Indígenas, Zeca Pataxó, o DNIT retirou a queixa, mas o IPHAN continua com a ação em outras instâncias: “Nós não vamos deixar que isso aconteça! O monumento foi construído em terras indígenas e só traz benefícios para a cidade. Hoje ele é um dos pontos turísticos mais fotografados na Costa do Descobrimento. Na época, o Iphan não aprovou a construção, mas a Funai aprovou”, explica o Cacique.

 

O monumento foi inaugurado em 23 de julho de 2006, data em que se comemora o aniversário de Emancipação Política de Santa Cruz Cabrália. “A prefeitura está tomando providências em relação a essa ação. Estamos recorrendo e não vamos permitir que essa derrubada aconteça”, afirma o gestor Carlos Lero.

 

 

A caminhada foi aderida por indígenas e não indígenas. Moradores e visitantes também participaram da caminhada que saiu da Aldeia Nova Coroa e seguiu rumo ao monumento.

 

 

Nesta semana, o bispo Dom José Edson da Diocese de Eunápolis se posicionou a favor da permanência do monumento: “A Igreja Católica, na época, não foi consultada sobre a construção deste marco que é a réplica da 1ª missa celebrada no Brasil; mas achamos uma belíssima homenagem, pois foi exatamente em Coroa Vermelha onde esse feito ocorreu e todos os anos comemoramos em 26 de abril”, ressalta o bispo.

 

 

A Prefeitura Municipal de Santa Cruz Cabrália e a Fundação Nacional do Índio – FUNAI estão recorrendo em Brasília: “O monumento foi construído em terras indígenas e ninguém tem o direito de tirar isso de nós; hoje é o monumento, amanhã será outra coisa. Essas terras aqui são nossas. Nós somos o povo que aqui estava quando os Europeus chegaram. Invadiram nossas terras, mas estamos convivendo pacificamente. Muitas famílias dependem desse monumento que é ponto turístico e não vamos deixar derrubá-lo”, conclui Ubiranã Pataxó.

 

 

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