História de Itapebi; A vila de Cachoeirinha localizava-se na Serra de São Bruno à margem direita do rio Jequitinhonha no extremo sul da Bahia. Devido à posição geográfica estratégica foi um local de grande importância histórica, como primeiro ponto de recebimento das tropas e canoas que transportavam mercadorias e abasteciam o norte de Minas Gerais. Pertenceu inicialmente a Belmonte e depois a Itapebi (a partir de sua emancipação).
O município de itapebi teve sua origem depois que moradores do pequeno povoado de Cachoeirinha começaram a migrar para uma região um pouco mais distante devido a sucessivos acontecimentos naturais que devastaram o povoado. Cachoeirinha era um pequeno vilarejo localizado as proximidades do Rio Jequitinhonha no sul do Estado da Bahia sua população era composta de agricultores, pescadores, artesãos e pequenos comerciantes que utilizavam a navegação através de canoas para se deslocarem aos maiores centros onde realizavam atividades comerciais. Com êxado em massa de sua população o povoado de cachoeirinha se extingue em meados de 1951, e o novo povoado começava a se desenvolver e aumentar sua população, antes de receber o nome atual o povoado teve vários outros como: Italva Itamarati e Pedra Branca.
Subordinado ao município de Belmonte Cachoeirinha permaneceu nessa condição até 1958 quando por força de Lei Estadual n° 1022, de 14 de agosto é elevado a município de ITAPEBI, tendo como parte integrante de seu território os distritos de Itagimirim e Caiubi. A tranqüilidade do pequeno município era apenas interrompida em épocas de enchentes do Rio Jequitinhonha o que obrigou sua população a uma nova migração. Assim começou a surgir um novo núcleo de povoamento em uma região um pouco mais afastada das margens do Rio Jequitinhonha, que foi denominada Cidade Nova ou Cidade Alta por se localizar em uma planície, mas elevada de que a cede do município, aos poucos a Cidade Alta foi se desenvolvendo e em pouco tempo já superava a sede em números de habitantes, conseqüentemente houve a transferência da sede para a Cidade Alta.
Quando os primeiros colonizadores espanhóis chegaram à América, o cacau já era cultivado pelos índios, principalmente os Astecas, no México, e os Maias, na América Central. De acordo com os historiadores, o cacaueiro, chamado cacahualt, era considerado sagrado. No México os Astecas acreditavam ser ele de origem divina e que o próprio profeta Quatzalcault ensinara ao povo como cultivá-lo tanto para o alimento como para embelezar os jardins da cidade de Talzitapec. Seu cultivo era acompanhado de solenes cerimônias religiosas.
Esse significado religioso provavelmente influenciou o botânico sueco Carolus Linneu (1707 – 1778), que denominou a planta de Theobroma cacao, chamando-a assim de “manjar dos deuses”.
Os índios consideravam as sementes de cacau tão valiosas que as usavam como moeda. Quatrocentos sementes valiam um countle e 8.000, um xiquipil. O imperador Montezuma costumava receber anualmente 200 xiquipils (1,6 milhões de sementes) como tributo da cidade de Tabasco, que corresponderiam hoje a aproximadamente 30 sacas de 60 quilos. Diz-se que até um bom escravo podia ser trocado por 100 sementes. Ainda sobre o uso do cacau como moeda, Peter Martyr da Algeria escrevia em 1530, no livro DE ORBE NOVO PETRI MARTYRES AB ALGERIA: “Abençoado dinheiro, que fornece uma doce bebida e é beneficio para a humanidade, protegendo os seus possuidores contra a infernal peste da cobiça, pois não pode ser acumulado muito tempo nem escondido nos subterrâneos”.
Curiosidade históricas:
Nove quilômetros abaixo de Cachoeirinha localizava-se a Fazenda Pedra Branca de Ludgero Carmona de Souza, e do outro lado do rio, a Fazenda Estrela do Norte, propriedade do coronel José Francisco de Souza, mais conhecido como Juca de Vicente, um líder da comunidade.
Próximo as duas fazendas existia uma palhoça, de Ana Domingues Santana (conhecida como Tuca Capenga), que servia comida aos canoeiros que paravam para descansar. Alguns comerciantes, vindos de Cachoeirinha, por ali dormiam em barracas de pano para comercializar suas mercadorias.
Por volta de 1906 começaram a surgir as primeiras casas na margem direita do rio, dando origem ao Povoado Pedra Branca.
Depois dos deslizamentos de terra em Cachoeirinha, decorrente das fortes chuvas de 1911, várias famílias chegaram ao novo vilarejo e foram abrigadas numa área doada pelo dono da fazenda Pedra Branca. Anos depois, este local cedido aos desabrigados ficou conhecido por Bairro da Lagoa, pelo acúmulo de água por ocasião das chuvas (atual Praça 14 de Agosto ou Praça do Avaí).
Com o crescimento do povoado as estreitas ruas passaram a ser iluminadas com luz de lampião. Pela manhã, o encarregado Valdimiro efetuava a limpeza e o abastecimento (querosene) de todos os candeeiros e no final da tarde voltava para acendê-los.
Fontes: Cidades do meu Brasil
Por Gutemberg Stolze - Imprensdananet.com